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Brushing: entenda a prática que pode estar associada às sementes da China



O ano de 2020 está sendo realmente muito louco. Uma das mais recentes bizarrices é o fato de que diversos brasileiros começaram a receber, de forma indesejada, pacotes com sementes misteriosas oriundas da Ásia — sobretudo da China. Após muita especulação e investigações de autoridades, uma teoria está quase se tornando certeira: estamos presenciando um caso de brushing, espécie de fraude cibernética.

O brushing, em si, não é uma novidade, sendo um problema que assola sites de comércio eletrônico há quase uma década, vitimizando, sobretudo, a Amazon — embora também existam registros no AliExpress. Basicamente, o fraudador usa dados reais de cidadãos aleatórios para criar perfis falsos de consumidores e adquirir produtos de um determinado perfil de comprador, também gerenciado por golpistas.

Os agentes maliciosos passam então a enviar encomendas aleatórias para a casa dos “compradores”, no intuito de permitir que seus perfis possam ser usados para registrar comentários positivos — otimizando o ranqueamento do vendedor, que passa a ter maior visibilidade sobre seus produtos realmente lucrativos. Esses pacotes falsos podem ser qualquer coisa — uma caixa vazia de isopor, um envelope com papéis em brancos, ou…
Sementes misteriosas

Desta vez, o suposto criminoso (ou, mais possivelmente, a suposta gangue de criminosos) teria usado sementes variadas, já que se trata de um produto que se passa por uma encomenda legítima em eventuais inspeções aduaneiras. Vale lembrar que, até o momento, foram registrados o recebimento de 258 pacotes de sementes em 24 estados brasileiros, e as autoridades pedem que os remetentes não abram o pacote e muito menos façam o plantio.

Imagem: Reprodução/Mapa

O motivo é simples: essas sementes podem conter bactérias e fungos que simbolizam ameaças para a flora brasileira. Se o brushing estiver mesmo acontecendo, ao receber um pacotinho desses na sua casa, é quase certeza de que existe um perfil falso usando seus dados pessoais em algum marketplace ao redor do mundo para efetuar as compras fraudulentas.

E se você se pergunta como os fraudadores conseguem tais informações, a resposta está nos inúmeros vazamentos de dados que ocorrem no Brasil e no mundo. Essas bases de informações acabam caindo na dark web, onde são negociados e usados pelos cibercriminosos. Venhamos e convenhamos: de todos os usos maliciosos possíveis, este talvez seja o mais “inofensivo”, não?

E então, como proceder? Bom, não há muito o que fazer, além de seguir o que o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento reforça: para que a população não abra esses pacotes e os encaminhe diretamente ao órgão para análise. Caso queira ir além, vale a pena usar serviços e plataformas que rastreiam suas informações pessoais e indicam caso você tenha sido vítima de um vazamento, o que pode confirmar que alguém está se passando por sua pessoa em algum lugar do mundo. Aí resta prosseguir com uma investigação e tentar fechar o perfil fraudulento — e trocar as credenciais da conta vazada, claro.

Fonte: Catraca Livre, Tilt

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