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Paleontólogos preveem como devem ser os animais do futuro



Os paleontólogos passam a vida ajudando a humanidade no entendimento da vida na Terra. Pedir para que eles prevejam o futuro é um pouco estranho. No entanto, o site Gizmodo solicitou isso, com base na experiência de vários profissionais da área, para que eles façam previsões de como as espécies serão daqui a milhões de anos.

Obviamente, isso é apenas uma previsão, não deve ser encarado como única verdade. A ideia é entender quais processos moldaram a vida na Terra até hoje e como esses fatores podem mudar a vida no futuro.

Ashley Leger, diretora de campo da Cogstone Resource Managment, listou o que ela espera que mude em relação a várias classes de animais. Para os mamíferos, por exemplo, devido ao aquecimento constante do planeta, eles "serão extintos ou encolherão". Para ela, "não haverá vegetação suficiente para que eles mantenham seus tamanhos corporais".

Ainda segundo ela, as aves vão seguir a direção inversa e se tornar maiores. "Como são móveis e podem voar para novas áreas, terão mais chances de encontrar comida. Além disso, se os mamíferos começarem a ficar menores, isso significa que haverá mais animais pequenos para os pássaros comerem".

Com o aumento das temperaturas, os peixes também podem enfrentar dificuldades, principalmente em relação às fontes de alimento. As criaturas do fundo do mar provavelmente entrarão em extinção. Isso porque, após as calotas de gelo derreterem, não haverá influxo de água fria indo para o fundo.

Os insetos normalmente amam o clima quente e úmido. Por conta disso, eles podem aparecer em maior quantidade, justamente pela condição climática favorável. Com esse aumento, a população de répteis terá mais alimento, o que pode ajudar para que se desenvolvam também.

Jingmai O'Connor, paleontóloga e professora do Instituto de Paleontologia de Vertebrados da Academia Chinesa de Ciências, acredita que haverá um extermínio dos predadores. Isso poderia ocasionar diversas mudanças em animais já conhecidos, como as aves.

Para ela, "na ausência de predadores, os pássaros poderão andar mais no chão; eles não precisariam voar para fugir. E se isso acontecer, eles poderão aumentar de tamanho. O voo restringe a ideia do corpo se desenvolver. Ele precisa ser realmente leve para poder voar".

Quando perguntada sobre a extinção dos humanos, ela deu poucas esperanças em relação a isso: "sou fatalista. Não acredito que os humanos tenham alguma esperança. Definitivamente estamos condenados. Mas, como dizem os paleontologistas, em cinco milhões de anos, tudo voltará ao normal".

Animais conectados

Para Jessica Ware, curadora assistente do Instituto Sackler de Genômica Comparada no Museu Americano de História Natural; professora assistente na Richard Gilder Graduate School; presidente da World Dragonfly Association; e vice-presidente da Sociedade Entomológica da América, todas as espécies do planeta estão interconectadas.

Como defesa da afirmação, ela cita como exemplo os piolhos. Esses pequenos insetos existem hoje e se alimentam dos humanos. Enquanto as pessoas viverem, eles também vivem. No entanto, se os humanos não estiverem aqui, as circunstâncias mudam.

Se deixássemos de existir, obviamente, eles deveriam procurar outras fontes de sobrevivência. Se os pássaros ou outros mamíferos sobreviverem no futuro, podem continuar como fonte de alimento para os piolhos. Segundo ela, isso mostra que todos os animais dependem uns dos outros de alguma forma.

Alexis Mychajliw, pesquisadora de pós-doutorado associada aos Laboratórios de Antropologia Molecular e Pesquisa de Microbiomas da Universidade de Oklahoma; e pesquisadora associada no La Brea Tar Pits & Museum, apresenta algumas previsões semelhantes às descritas por Ashley Leger.

Ela também acredita que alguns animais encolherão enquanto outros vão aumentar. "Talvez seja porque, de repente, eles serão libertados das pressões, da predação e da concorrência. Qualquer que seja a causa, alguns resultados podem ser impressionantes", disse.

Mas, além disso, Mychajliw acredita que a situação que vivemos agora remonta aos acontecimentos do passado. Mudanças de temperatura, aumento e queda do nível do mar e variações de dióxido de carbono são apenas alguns dos exemplos citados.

A extinção de algumas espécies é inegável no processo. No entanto, ela destaca que os humanos foram responsáveis por algumas espécies deixarem de existir durante mudanças ambientais. "Portanto, qualquer futuro em que prevemos um potencial evolucionário [...] deve significar que nós, humanos, demos às espécies o espaço necessário para que suas jornadas evolutivas aconteçam", finaliza.

Fonte: olhardigital
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