Criaturas marinhas formadas por bolhas de muco são registradas em 3D
Centenas de metros abaixo da superfície do mar, criaturas minúsculas secretam bolhas mucosas de células em suas cabeças para construir grandes habitações de muco. Agora, pesquisadores estão usando lasers para estudar essas impressionantes estruturas e aprender mais sobre esses arquitetos marinhos.
Esses animais marinhos parecidos com girinos são chamados de larváceas gigantes (Bathochordaeus). Porém, apesar do nome, eles medem menos de dez centímetros de comprimento, segundo o Monterey Bay Aquarium Institute (MBARI). Suas casas, no entanto, é que motivam o nome desses animais: cada um deles carrega uma bolha de muco que pode chegar a um metro de comprimento. Uma vez que essas bolhas são secretadas, elas passam a ser usadas como um aparato de alimentação. As larváceas gigantes são animais filtradores, e suas casas são compostas por um filtro interno e um externo.
Dentro de suas mansões mucosas, as larváceas gigantes batem sua cauda para empurrar a água através desses filtros: o externo segura os alimentos grandes demais para o animal, enquanto o interno empurra o alimento de tamanho adequado para sua boca. Eventualmente, sua casa se entope de comida e o animal a abandona, para alegria de outras criaturas das profundezas, como o pepino-do-mar.
Além de servir de alimento para outros bichos, isso também ajuda o oceano a remover o dióxido de carbono da atmosfera - as casas geralmente contêm muita comida rica em carbono. E não só isso: as estruturas de muco carregam microplásticos da água para o fundo do mar.
"Entre outras coisas, procuramos entender como os larvaceanos constroem e inflam essas estruturas", disse Kakani Katija, engenheira principal do MBARI e principal autora do estudo, publicado na revista Nature. O conhecimento pode ajudar os engenheiros a projetar máquinas que variam de impressoras 3D a estruturas de exploração do espaço ou do oceano, segundo Katija.
Fonte: olhardigital