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Mulher que fez escândalo em clínica terá que pagar indenização

Midia News

Uma paciente que fez um escândalo em uma clínica de fertilidade humana terá que pagar R$ 20 mil de indenização ao estabelecimento e à médica que foi ofendida.

O seguimento de um recurso especial ao Superior Tribunal de Justiça (STJ), solicitado pela cliente - após essa ter uma decisão desfavorável em segunda instância - foi negado pela vice-presidente do Tribunal de Justiça, desembargadora Maria Helena Gargaglione Póvoas.

Para a vice-presidente, a decisão colegiada foi fundamentada e não carece de reexame.

“Observa-se que o entendimento lançado no acórdão recorrido está em consonância com a jurisprudência pacífica do Superior Tribunal de Justiça. A matéria em exame foi devidamente enfrentada pelo Tribunal de origem, que emitiu pronunciamento de forma fundamentada, ainda que em sentido contrário à pretensão da parte recorrente. Desse modo, também deve ser aplicada ao presente Recurso Especial a Súmula nº 83 do STJ que dispõe que ‘não se conhece do Recurso Especial pela divergência, quando a orientação do Tribunal se firmou no mesmo sentido da decisão recorrida’”, escreveu a vice-presidente em sua decisão.

De acordo com o processo, em fevereiro de 2014, a paciente, que era acompanhada por uma das médicas da clínica, chegou gritando no meio da tarde, na recepção do estabelecimento e promovendo confusão com as recepcionistas. Ela estava acompanhada do filho.

Ao ver a situação, a médica deixou de atender os clientes que já haviam agendado as consultas e foi receber a ré.

Segundo a versão autoral, ambos os réus gritavam que a paciente estava sendo acometida por um acidente vascular cerebral (AVC) provocado exclusivamente por um erro médico cometido pela ginecologista. Narraram que a situação foi constrangedora e vexatória, sendo presenciada por diversos pacientes e colaboradores da clínica.

A paciente já havia feito contato telefônico anterior e sido alertada que a clínica não prestava atendimento de urgência e que poderia se dirigir a um hospital.

Apesar do alerta, a paciente foi até a clínica e sem agendamento prévio quis ser atendida pela ginecologista. Durante o exame, o profissional de saúde constatou que a ré não possuía nenhum sinal de que estava em quadro de AVC.

Ao ser direcionada para hospital de pronto atendimento, foi confirmado o diagnóstico pelo médico plantonista - que não havia quadro de AVC em curso ou qualquer risco efetivo à saúde da mulher.

Por fim, no relatório da desembargadora Serly Marcondes Alves, que foi acolhido pelos demais membros da Quarta Câmara de Direito Privado, o que se observa é que os réus pretendiam, de antemão, obter atendimento prioritário em um consultório sem qualquer agendamento.

“Crentes de que médica era a responsável por eventuais sintomas sentidos pela primeira ré e ignorando a advertência consignada pela secretária na data anterior. Nessa linha de intelecção, não bastassem os transtornos que a profissional médica certamente suportou ao ser ofendida pelos réus, é insofismável que ambas as autoras tiveram a imagem aviltada durante o tumulto relatado na inicial, na medida em que a aptidão técnica da ginecologista e a seriedade dos serviços prestados na clínica foram alvo de agressivas objeções presenciadas por diversas clientes que se encontravam no local. Restou, portanto, caracterizada a lesão aos interesses da personalidade das demandantes, exsurgindo o dano moral passível de compensação pecuniária”, ponderou.

“Assim, observados os autos, especialmente o grau de culpa das partes, na medida em que o comportamento dos réus, apesar de hostil, abusivo, desproporcional e ilícito, teve início com o infundado receio de uma moléstia grave, entendo que a indenização, antes fixada em R$ 20 mil à profissional médica e R$ 30 mil à clínica, merece ser reduzida ao patamar de R$ 10 mil a cada uma das autoras, sendo assim proporcional e consentânea com as especificidades do caso concreto”, concluiu a magistrada.


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