MT não tem nenhuma escola com ensino médio público satisfatório, diz pesquisa
Em uma pesquisa divulgada pela Fundação Lemann, uma das maiores do Brasil na área da educação, Mato Grosso não conta com nenhuma escola pública de nível médio com critérios satisfatórios no ensino e aprendizagem de alunos de baixa renda. O levantamento realizado pelo Interdisciplinaridade e Evidências no Debate Educacional (Iede), que listou as 100 melhores instituições do país, foi divulgado nesta quinta-feira (26).
Além de Mato Grosso, outras 15 unidades federativas também não tiveram sequer uma instituição listada no levantamento. Os estados com escolas apresentadas ao longo da lista das 100 melhores são: Ceará, Goiás, Pernambuco, Amazonas, Espírito Santo, Maranhão, Minas Gerais, Piauí, Rio de Janeiro e São Paulo.
As diversas deficiências do Ensino Fundamental são alguns dos argumentos utilizados para explicar o valor pouco expressivo de escolas com índices satisfatórios.
“Somente 34% dos estudantes da rede pública concluem o 9º ano do ensino fundamental com aprendizado adequado em português. Em matemática, só 15%, segundo dados do Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb) 2017, do Inep”, narra trecho da pesquisa.
No levantamento, o Estado com maior número de escolas entre as 100 melhores foi o Ceará, com 55 instituições. Em seguida, estão Pernambuco (14), Goiás (7), Espírito Santo (7), Rio de Janeiro (5), Piauí (4), Maranhão (3), Minas Gerais (2), São Paulo (2) e Amazonas (1).
O levantamento completo pode ser visto aqui.
Público e privado
A experiência de ensino em Mato Grosso apresenta abismos entre a educação pública e a privada, como aponta um balanço do jornal Folha de S. Paulo publicado em junho. O estudo se baseia nos resultados do Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) do ano de 2018, com dados divulgados inicialmente pelo Ministério da Educação (MEC). O levantamento mostra que, considerando as provas objetivas do exame no Estado, as instituições privadas lideram as primeiras 21 posições do ranking.
A avaliação dos dados pode ser interpretada em três camadas. Isto se deve às longas distâncias no ranking que separam as categorias de ensino particular, público federal e público (estadual e municipal). Uma demonstração disso é que, além do fato de as instituições de ensino particulares serem as 21 primeiras colocadas e um centro educacional público federal só surgir na posição 22 da tabela, a primeira escola estadual só aparece na 56º colocação.