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Sem verbas, 29 prefeituras cancelam folia, mas pelo menos 8 mantêm - saiba quais

Fonte: RD News

A crise bateu a porta de prefeituras de Mato Grosso e muitas delas não farão festas de rua para o Carnaval deste ano. Até o momento, 29 municípios já confirmaram oficialmente que não terão shows ou blocos. Sem dinheiro em caixa, destacaram a falta de repasses do Governo e de emendas parlamentares para realização das comemorações. Os prefeitos estão anunciando que irão usar a verba do carnaval para áreas prioritárias, como saúde e educação.

A Capital, que concentra a maior festa do Estado, já deixou claro que 2019 não terá blocos de carnaval e foliões por falta de recursos. Segundo a Prefeitura, os investimentos estão concentrados para a comemoração do aniversário de 300 anos de Cuiabá, que será realizada no dia 8 de abril.

Em Rondonópolis, a Prefeitura pontuou que definiu outras áreas que deveriam ser priorizadas. "A decisão já havia sido tomada ainda antes da elaboração da Lei Orçamentária Anual (LOA) 2019, em que não houve destinação no orçamento para a realização da festa", informa por meio de nota da assessoria.

Já Nossa Senhora do Livramento destinará os recursos do carnaval para conclusão da capela mortuária. Poconé informou que vai priorizar as área de saúde e infraestrutura do município. E Guarantã do Norte vai usar o dinheiro para atendimentos oftalmológicos.
Chapada vai manter as festas e por causa disso deve ter um dos mais animados carnavais

Além destes, Araguaiana, Cáceres, Comodoro, Jaciara, Terra Nove do Norte, Nova Guarita, Nova Xavantina, Alta Araguaia, Nortelândia, Diamantino, Pontes e Lacerda, Nova Santa Helena, Santa Rita do Trivelato, Itaúba, Itanhangá, Glória Oeste, Nova Ubiratã, Paranatinga, Arenápolis, Nortelândia, Sorriso, Sinop, Rosário Oeste e Várzea Grande não terão carnaval neste ano.

Inclusive, o Ministério Público de Contas (MPC) recomendou a todos os prefeitos mato-grossenses que se abstenham de fazer qualquer tipo de investimento no Carnaval. A carta apontou que Mato Grosso passa por uma difícil situação de déficit fiscal de R$ 1,7 bilhão. A entidade já deixou avisada também que irá investigar os municípios que gastarem com festas, além de possível condenação e aplicação de multas aos gestores.

Contudo, apesar da nota e do cenário financeiro, algumas prefeituras ainda vão insistir na folia. Esses poucos municípios acreditam que podem melhorar a arrecadação de impostos com a circulação de dinheiro e da oferta de empregos temporários, além da atividade de lazer para os seus habitantes. É o caso da Chapada dos Guimarães que vai manter seus tradicionais blocos.

“Se eu não preparo a cidade, as pessoas irão do mesmo jeito. Os empresários e comerciantes das cidades contam com este momento para aquecer a economia. A economia chega a aumentar, em cinco dias, um incremento de 5%, em razão de mais de 30 mil pessoas que passam pela cidade. É um evento tradicional, frequentado por muitas famílias”, pontua a prefeita Thelma de Oliveira (PSDB).

Estes municípios vão conseguir fazer as festas de rua por meio de parcerias com empresas privadas. A promessa é que as folias saiam a custo quase zero para as prefeituras.

Jangada, por exemplo, também manteve o seu carnaval de rua com a festa Pastefolia, que está na sua segundo edição. Os desfiles e shows serão realizados em frente à Prefeitura do município. "Nossa vida não é só trabalho, o povo e a família jangadense merece momentos de diversão e alegria", disse o prefeito Garrincha Mendes (PSDB).

Já Barra do Garças também conseguiu manter a festa com parcerias com empresas. “Mesmo com as adversidades, nós iremos respeitar esse calendário. Os esforços superaram expectativas e teremos um carnaval a custo zero para o município”, destacou o prefeito Roberto Farias (PMDB).

Em Juína, a Prefeitura vai aproveitar o momento para incentivar a discussão sobre o combate ao racismo. Com o tema “Salvador, Bahia: Terra da Magia”, o município está preparando um carnaval que homenageia a cidade brasileira que traz em sua história as tradições culturais do povo afro-descendente. “Vamos falar de história e de cultura na forma de música, sabores, crença, resistência, mostrando a força de um povo que tem a alegria como resposta à dor, desde o início do nosso Brasil”, disse o secretário municipal de cultura, Adriano Souza.

Alto Garças, Guiratinga, Nova Olímpia e Santo Antônio de Leverger também terão festas.

A falta de festas, porém, não vai impedir que mato-grossenses busquem algum tipo de diversão neste ano. Empresas e associações ainda poderão organizar blocos e realizar festas pela cidade. Além disso, uma pesquisa da UFMT apontou que, apesar de 80% não gostarem do carnaval, muitos irão buscar algum tipo de atividade, como compras, passeios e atrações culturais.
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