Wellington é alvo de representação por suposto uso de atores
O programa eleitoral do candidato ao governo Wellington Fagundes (PR) foi alvo de representação no Tribunal Regional Eleitoral por suposto uso de apoiadores-fakes e trucagem no programa veiculado nessa sexta-feira (31). O caso está nas mãos do juiz eleitoral Jackson Coutinho.
De acordo com a representação, proposta pelos advogados da Coligação “Pra Mudar Mato Grosso”, Rodrigo Cyrineu e Ademar Silva, a utilização está em “descompasso com a legislação eleitoral”.
“No caso em tela, verifica-se a nefasta e evidente prática de casting, a saber, contratação de atores amadores para as gravações dos programas eleitorais, a contrariar o intuito da legislação eleitoral a partir da reforma de 2015”, diz trecho extraído da representação.
Ainda segundo a representação, o programa eleitoral de Wellington lançou “mão de montagem quando da confecção dos seus portentosos vídeos de campanha que, a bem da verdade, está mais para produção cinematográfica”.
“Dito de outra forma, há uma intelecção de fácil alcance sobre o tema, qual seja, a proibição legal de utilização, durante o horário eleitoral gratuito no rádio e/ou na TV, de apoiadores 'fakes', sob pena de se vulnerar, de igual forma, o ‘Princípio da Veracidade que determina que fatos e informações veiculados na propaganda política devem corresponder a verdade’”, diz outro trecho da representação.
Conforme a defesa, a utilização de apoiadores-fakes transmite implicitamente certa inverdade ao eleitor-espectador, onera significativamente os custos de campanha.
Na representação, também foi combatida a utilização de montagem/trucagem no programa eleitoral “durante a demonstração de parte do discurso em convenção realizado pelo representado Wellington, a câmera desfoca da fala do candidato e, de repente, focaliza nos rostos/feições de possíveis apoiadores que ali estavam presenciando o evento”.
“Ora, não é preciso ser um especialista para se concluir que os referidos rostos e feições acima citados não são de pessoas que estavam no dia do evento em questão, mas sim de pseudos-apoiadores cuja imagem fora obtida através de gravação em estúdio”, afirmam os advogados.
No pedido, de forma liminar, a Coligação “Pra Mudar Mato Grosso” requereu a suspensão imediata de veiculação da propaganda em todos os veículos de comunicação em que esteja disponível, e no mérito, à perda de tempo da propaganda eleitoral equivalente ao dobro do usado para a transmissão do programa de sexta-feira (31).