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Ex e atual funcionários do Facebook rebatem críticas de criador do WhatsApp

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OLHAR DIGITAL

Um ex-chefe de segurança de dados e um dos líderes do setor de pesquisa do Facebook vieram a público nesta quinta-feira, 27, para rebater as críticas de Brian Acton, cofundador do WhatsApp, publicadas numa longa reportagem da Forbes nesta semana.

Na entrevista, Acton se declarou um "vendido" por ter entregue o WhatsApp ao Facebook por US$ 19 bilhões em 2014. Ele também criticou a proposta de monetização do app, que a partir de 2019 terá anúncios nos Status, e a migração de dados do aplicativo para a rede social.

O primeiro a se manifestar foi David Marcus. Ele já foi líder da equipe que cuida do aplicativo Messenger, e hoje trabalha em pesquisas sobre o uso do blockchain, a rede de autenticação do Bitcoin, para futuros produtos e sistemas do Facebook.

Numa longa carta publicada na própria rede social, Marcus foi direto. Ele defendeu Mark Zuckerberg, e disse que poucas empresas mantém fundadores por tanto tempo - Acton ficou três anos no Facebook, o outro cofundador do WhatsApp, Jan Koum, ficou quatro; Kevin Systrom e Mike Krieger, que criaram o Instagram, saíram nesta semana após seis anos.

"Os fundadores do WhatsApp solicitaram um layout de escritório completamente diferente quando a equipe se mudou para o campus. Mesas e espaços pessoais muito maiores, uma política de não falar em voz alta no espaço, e salas de conferência tiradas dos colegas de Facebook. Isso irritou as pessoas no Facebook, mas Mark pessoalmente apoiou e defendeu isso", argumentou Marcus.

O executivo também diz que viu pessoalmente Zuckerberg defender a criptografia ponta-a-ponta de mensagens do WhatsApp diante de acionistas e que ele protegeu a equipe do aplicativo do assédio de empresas que queriam colocar anúncios dentro dele durante anos.

"Por fim - me chame de antiquado. Mas acho que atacar as pessoas e a empresa que fizeram de você um bilionário, e que foi a um nível sem precedentes para protegê-lo e deixá-lo acomodado por anos, é uma atitude baixa. Na verdade, é um novo padrão de atitude baixa", escreveu Marcus.

Outro executivo que comentou a entrevista de Acton foi Alex Stamos, hoje professor na Universidade de Stanford, mas que foi chefe de segurança de dados no Facebook até agosto. Numa sequência de postagens no Twitter, ele se posicionou a respeito da polêmica de maneira mais moderada.

"Eu não quero tomar lado pessoal na briga WhatsApp vs Facebook, já que há pessoas que eu respeito dos dois lados", escreveu Stamos, antes de elogiar a postura do WhatsApp ao defender com unhas e dentes a troca de mensagens criptografadas.

Stamos acrescentou: "Acho que é fácil subestimar a decisão radical do WhatsApp de implantar a criptografia ponta-a-ponta. Acton e Koum, com a bênção de Zuck, pularam de uma ponte com o objetivo de construir um pára-quedas de monetização no caminho".

"O FB tem muito dinheiro, então era uma ponte muito alta, mas é ingenuidade esperar que os acionistas da FB vão subsidiar uma rede global de comunicação de texto/voz/vídeo para sempre. Eventualmente, o WhatsApp precisará gerar receita", argumentou o professor.

Por fim, Stamos disse: "Eu não posso falar sobre as várias opções que foram divulgadas, ou os argumentos entre WA e FB, mas aqueles de nós que se preocupam com privacidade não devem ver a monetização do WhatsApp como algo maligno".

O próprio Zuckerberg não comentou o assunto publicamente. A única resposta oficial do Facebook enquanto corporação foi uma nota enviada à Forbes em que a empresa diz: "Graças ao foco incansável da equipe na criação de recursos valiosos, o WhatsApp é agora parte importante da vida de mais de um bilhão de pessoas, e estamos empolgados com o que o futuro reserva".

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