Advogado é preso após agredir e ameaçar juiz dentro de Fórum
Um advogado, identificado como Homero Amilcar Nedel, foi preso pela Polícia Militar, na última quarta-feira (26), após agredir o juiz Jorge Hassib Ibrahim, de Paranatinga (536 quilômetros de Cuiabá), dentro do Fórum da cidade.
A agressão aconteceu durante a sessão. Em dado momento, após uma discussão, o advogado acertou um soco no magistrado. Além disto, Homero ainda fez ameaças de morte ao juiz, que acionou a Polícia Militar. O acusado foi preso e encaminhado para a delegacia, onde prestou depoimento.
Em nota, a OAB lamentou o episódio: “A Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional Mato Grosso (OAB-MT) – frente ao lamentável episódio ocorrido, (...) onde um de seus inscritos agrediu fisicamente um magistrado em Paranatinga, vem a público repudiar o ato e informar que adotará com firmeza medidas administrativas perante seu Tribunal de Ética e Disciplina (TED)”.
Além disto, a Ordem explicou que não tolera e não compactua com o uso de violência em quaisquer de suas formas, razão pela qual, respeitado e garantido e devido processo legal, não se furtará de cumprir e fazer cumprir seu papel correcional.
Por fim, registra que “a instituição registra que velará pelo respeito às prerrogativas legais dos envolvidos, solidarizando-se com a magistratura mato-grossense, bem ainda com todos aqueles que se indignam com atitudes desta natureza”.
A Associação Mato-grossense dos Magistrados (Amam) disse que um "operador do Direito acaba de colocar o Poder Judiciário Mato-grossense no ringue" e que o episódio foi "mais que um soco, este atentado é um ataque à democracia – ao Estado Democrático de Direito".
"Vamos dizer sim que a agressão é a arma dos imbecis, dos covardes, dos ignorantes. A Amam (Associação Mato-grossense de Magistrados) não admitirá ações violentas contra magistrados em seu legítimo e vital exercício do trabalho à sociedade", diz outro trecho da nota.
Por fim, a Amam declarou que acompanhará e exigirá de forma intransigente que tanto a polícia, a justiça e a Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional Mato Grosso (OAB/MT) tomem atitudes severas em relação à agressão que o advogado Homero Amilcar Nedel cometeu contra o magistrado.
Confira na íntegra as notas da OAB e da Amam sobre o caso:
Nota da OAB:
A Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional Mato Grosso (OAB-MT) – frente ao lamentável episódio ocorrido na tarde desta quarta-feira (26), onde um de seus inscritos agrediu fisicamente um magistrado em Paranatinga/MT - vem a público repudiar o ato e informar que adotará com firmeza medidas administrativas perante seu Tribunal de Ética e Disciplina (TED).
A OAB-MT não aceita, não tolera e não compactua com o uso de violência em quaisquer de suas formas, razão pela qual, respeitado e garantido e devido processo legal, não se furtará de cumprir e fazer cumprir seu papel correcional.
De igual modo, a instituição registra que velará pelo respeito às prerrogativas legais dos envolvidos, solidarizando-se com a magistratura matogrossense, bem ainda com todos aqueles que se indignam com atitudes desta natureza.
Nota da Amam
Um operador do Direito acaba de colocar o Poder Judiciário Mato-grossense no ringue. Ocorre que nesta quarta-feira (26), um advogado proferiu um soco contra um juiz, dentro do gabinete do magistrado. Mais que um soco, este atentado é um ataque à democracia – ao Estado Democrático de Direito.
Não vamos dizer que é inadmissível, que repudiamos, que é um absurdo, pois isto é o óbvio. Vamos dizer sim que a agressão é a arma dos imbecis, dos covardes, dos ignorantes. A Amam (Associação Mato-grossense de Magistrados) não admitirá ações violentas contra magistrados em seu legítimo e vital exercício do trabalho à sociedade.
A Amam vem a público declarar que acompanhará e exigirá de forma intransigente que tanto a polícia, a justiça e a Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional Mato Grosso (OAB/MT) tomem atitudes severas em relação à agressão que o advogado Homero Amilcar Nedel cometeu contra o magistrado Jorge Hassib Ibrahim, da Segunda Vara Criminal e Cível de Paranatinga (cidade localizada a 368 km de Cuiabá).
É isso mesmo, o agressor, pasmem, é um advogado. A advocacia deve zelar pelo prestígio da Justiça. E justo um advogado que deveria atuar em parceria com a Justiça e a magistratura se colocou no papel de um agressor. Este senhor vai pagar pelo seu delito, assim como tantos criminosos que são julgados, condenados e levados para cumprir sua pena e retirados do convívio da sociedade.
A sociedade brasileira tem que enxergar este episódio com olhos de alarme. Casos de violência como este são fruto de uma espécie de campanha contra a magistratura – numa tentativa baixa de intimidá-la. Tentaram nocauteá-la. Foi um atentado que extrapolou a pessoa do magistrado e atinge todo o Estado.
Um representante da Amam seguirá para Paranatinga nesta quinta-feira (28) para acompanhar o caso de perto.