CORRIDA PELO PAIAGUÁS: Silval, corrupção e "leitinho": veja as principais frases do debate
Troca de acusações marcou o evento mais “quente” deste primeiro turno da corrida pelo Executivo
Os cinco candidatos ao Governo do Estado exploraram os principais pontos fracos de seus adversários no debate promovido pela TV Vila Real, na manhã desta sexta-feira (28).
Pedro Taques (PSDB), Mauro Mendes (DEM), Wellington Fagundes (PR), Arthur Nogueira (Rede) e Moisés Franz (Psol) trocaram diversas acusações no encontro, dando o tom de como deve ser a última semana de campanha eleitoral do primeiro turno. A eleição acontece no dia 7 de outubro.
Veja as principais frases ditas no debate:
Pedro Taques
“O senador Wellington é político há 28 anos. Há 28 anos temos problemas na Saúde e nunca se resolveu. No VLT houve roubo, o Silval Barbosa roubou o VLT e ele não me apoia, apoia o candidato Mauro Mendes, junto com o PMDB. E o senador Wellington estava lá, por ocasião do Governo Silval, apoiando aquele Governo”, disse.
“Quando tocamos no Silval Barbosa, no [Carlos] Bezerra, que não estão comigo, todos sentem uma dor. Minha mãe, que é uma idosa, diz: ‘Fala a verdade, doeu na ferida’. Todos viram o temor de ter o apoio de Silval Barbosa e Carlos Bezerra e do povo que no passado administrava nosso Estado. Você tem corrupção em todos os lugares. Eu não passei a mão na cabeça de quem quer que seja e não passo. Mato Grosso é o segundo Estado que mais aplica a Lei Anticorrupção”, afirmou, em réplica ao candidato Mauro Mendes.
“Cidadã que me ouve, imagina se a senhora fosse culpada pelo o que os outros fazem. O cidadão tem o direito ao contraditório. Eu seria o último a tirar a ampla defesa e o devido processo legal de quem quer que seja. Nosso Governo tomou todas as providências contra corrupção. Corrupção existe em todos os lugares, a diferença é a maneira com que você age”, afirmou, ao ser questionado sobre corrupção em seu governo.
O governador Pedro Taques, que criticou Mauro Mendes e Wellington Fagundes
“O senhor deve estar nervoso com alguma coisa, Wellington. O senhor apoiou todos os governos anteriores. Todos. O senhor há 28 anos é situação, menos no meu governo, porque esse tipo de apoio é difícil. O senhor esteve no palanque de Silval Barbosa, que coordenou a campanha do Mauro Mendes em 2008 para prefeito de Cuiabá”, disse Taques a Wellington, quando o republicado pediu que o tucano esperasse sua vez para falar.
“Algumas pessoas querem diferenciar a vida empresarial da vida política. Quem entra na política, precisa discutir a vida empresarial, notadamente se tem incentivos fiscais. Mauro Mendes, como você conseguiu renovar os incentivos fiscais em 2014? O Silval renovou seus incentivos sem os requisitos necessários e o senhor tem 100% de incentivos e foi a empresa que mais demitiu em 2014. Que empresário é esse que antes pagava o 14º e 15º salário e depois descobriu-se que não era verdade?”, questionou Taques a Mendes.
“A empresa dele deixou de pagar R$ 100 milhões de impostos segundo relatório do TCE. É milionário na pessoa física e em recuperação judicial. A CPI mandou os dados ao Ministério Público e logo, logo, o senhor vai ter que devolver dinheiro porque incentivos fiscais ilegais. Porque estou cortando o 'leitinho' de muita gente”, disse o tucano sobre as empresas de Mendes, que possuem incentivos fiscais.
Mauro Mendes
“O candidato Pedro Taques citou que Silval Barbosa me apoia. A verdade é que Silval Barbosa foi meu adversário em 2010, meu adversário em 2012, quando fui prefeito de Cuiabá, e a Justiça Eleitoral, recentemente, proibiu o candidato Pedro Taques de fazer essa citação, porque ela é mentirosa”, disse o democrata.
“Eu já disse ao candidato que saí da Prefeitura [de Cuiabá] com 80% de aprovação, diferente dele que tem 50% de rejeição em todo Estado de Mato Grosso”, disse Mendes a Taques ao ser criticado por promessas feitas na campanha de 2012, quando disputou a Prefeitura, e que não teriam sido cumpridas.
“O senhor já é conhecido em Mato Grosso pelo excesso de promessas, e em muitos casos, o excesso de mentiras contadas. O senhor fala números com eloquência, mas quem está em casa sabe que isso não é verdade. Precisamos acabar com políticos que falam coisas que não é o que se vê na rua. Tenho incentivos fiscais, sim. Foram concedidos de acordo com a lei e mantidos pelo seu governo”, disse Mendes ao atual governador, quando questionado sobre os incentivos fiscais que as suas empresas recebem do governo.
“Até poucos dias atrás o candidato fazia elogios a mim. Fazia elogios, me paparicava, porque queria que eu fosse candidato junto com ele. Virei candidato e me tornei a pior pessoa do mundo”, afirmou Mendes sobre a suposta conduta de Taques no período que antecedeu o início da campanha.
“Na minha administração, não teve nenhum secretário preso, nenhum escândalo de corrupção. Na administração desse atual governador, [foram] sete secretários presos, escândalo de corrupção na Seduc, escândalo de corrupção no Detran, envolvendo o primo dele e chefe da Casa Civil, braço direito dele. Obras suspensas pelo TCE com indícios claros de superfaturamento. Tudo isso amplamente noticiado”, afirmou Mendes, ainda sobre a gestão de Taques.
O candidato Mauro Mendes, que citou primos de Taques que foram presos em operação
“Eu fui prefeito de Cuiabá e saímos com muita alegria. Ando de cabeça arguida, graças a Deus. Tenho sido recebido aqui e em todas as cidades pelo trabalho sério que fizemos. Nunca tivemos um escândalo de corrupção, diferente deste atual governo. Vou repetir: sete secretários presos, escândalo na Seduc, no Detran, obra suspensa por superfaturamento. É lamentável. E dois primos do atual governador preso e envolvidos em corrupção”, reafirmou o democrata.
Wellington Fagundes
“Eu não sou órgão de controle. Felizmente, hoje, o Ministério Público e o Tribunal de Contas têm tido uma ação efetiva. O Lula teve seu legado, foram mais de 50 milhões de pessoas que saíram da pobreza e entraram para o mercado. Cada governo tem suas virtudes e seus erros”, disse o senador ao ser questionado se é contra ou a favor da liberdade do ex-presidente Lula, que cumpre pena por corrupção.
“O candidato Mauro, no seu mandato, disse que entregaria o Pronto-Socorro de Cuiabá ainda na sua administração. O senhor [Pedro Taques] e ele governaram juntos, estiveram no mesmo palanque, fizeram a parceria para conclusão desse hospital e até hoje não foi concluído assim como obras na Saúde. O que aconteceu?”, questionou Taques, que respondeu mandando o republicano fazer a pergunta a Mendes.
“O Governo Federal está em dia com o Governo do Estado. Essa parceria vocês fizeram juntos, o Mauro estava contigo no palanque. Vocês governaram juntos. E as obras estão com recurso na conta e não se tomou nenhuma atitude. Candidato, tenha calma. Você terá o seu tempo para que possa falar”, disse ao se irritar com constantes interjeições feitas por Taques enquanto ele respondia.
O candidato Wellington Fagundes, que citou obras inacabadas de Taques e Mendes
Arthur Nogueira
“Ele não respondeu se é a favor ou não de Lula livre. Eu sou a favor de que todos os corruptos estejam presos, porque roubaram o dinheiro público. E o senhor, como candidato a governador, tem que saber que o administrador público precisa sair de cima do muro. Não pode ficar nesse jogo de cintura”, criticou, ao não conseguir a resposta de Fagundes sobre a pergunta feita a ele.
“Atenção STF e STJ! O sistema de vocês deve estar errado, porque lá tem processos do candidato Wellington Fagundes. E são mais de 12 processos de diversas operações, desde a Sanguessuga. Esse é o comportamento de um deputado de seis mandatos. Então, prestem atenção nas pessoas que estão aqui. Se ele não tivesse o foro privilegiado, certamente não estaria participando deste pleito, porque seria um ‘ficha suja’, já teria sido julgado”, disse, se referindo a Wellington.
Moisés Franz
“Inclusive, o governador tem um primo envolvido no escândalo da Seduc, com relação a desvio de dinheiro em reforma de escolas. Nós precisamos fortalecer os órgãos de controle para diminuir a corrupção e acabar com esse mal”, afirmou o candidato ao ouvir de Taques que sua gestão é uma das que mais aplica a Lei Anticorrupção.
“Um candidato que está em recuperação judicial enquanto pessoa física, ganhou terreno do Estado, tem isenção fiscal, será que não quer por o Estado de Mato Grosso em recuperação judicial também? É isso que o eleitor precisa saber”, disse Franz, cutucando Mauro Mendes.