Fávaro: “MT está patrocinando o crescimento de outros Estados"
Candidato ao Senado pelo PSD, o ex-vice-governador Carlos Fávaro afirmou que, se eleito, irá trabalhar para estabelecer um novo pacto federativo. Segundo ele, da forma em que está, Mato Grosso patrocina o crescimento de outros Estados por meio de seus impostos.
O pacto federativo é o conjunto de dispositivos constitucionais que configuram as obrigações financeiras, a arrecadação de recurso e os campos de atuação dos entes federados.
De acordo com ele, os mato-grossenses pagam R$ 19 bilhões em tributos ao Governo Federal e recebem, por ano, algo em torno de R$ 7,5 bilhões.
“Eu nunca vi um pacto federativo tão horrível como o brasileiro, em que deixa só 17% de todos os impostos nos municípios. Mato Grosso contribui muito por meio de impostos e tem pouco retorno. Essa diferença não dá. Estamos patrocinando o crescimento de políticas públicas em outros Estados”, afirmou ao MidiaNews.
O candidato afirmou que pretende trabalhar, também, para buscar convênios, emendas e recursos do Governo Federal para compensar o dinheiro que vai e não volta.
“É um Estado forte, que tem uma economia forte, patrocinando o desenvolvimento de outros Estados. Aqui muita gente ainda está à espera desse desenvolvimento. Quanta gente ainda está esperando a política pública de qualidade? A geração de emprego? A casa própria? E o dinheiro do nosso imposto está indo e ficando em Brasília”, disse.
“Enquanto não tiver esse novo pacto federativo, um senador tem que buscar esses recursos lá. E trabalhar para esse novo pacto”, afirmou.
"Marajás" da Previdência
Outra promessa do candidato ao Senado é defender uma reforma da Previdência. Segundo ele, é preciso acabar com a “mordomia de marajás” do benefício.
O atual presidente Michel Temer (MDB) chegou a tentar implantar a reforma no Congresso, mas não obteve êxito.
“Outro compromisso é com as reformas estruturantes que esse País precisa. Não dá mais. Precisamos de uma reforma da Previdência. Temos que acabar com mordomias. Acabar com marajás da Previdência brasileira”, disse.
“Sem mexer no direito dos trabalhadores. Aqueles que têm suado 25 anos, 30 anos, para ter uma aposentadoria digna. Esses são intocáveis. Mas temos que acabar com mordomias. No mundo real, aqueles que têm os menores salários são os que precisam de estabilidade”, afirmou.
Fávaro ainda defendeu uma reforma política, de modo a diminuir o número de partidos, e uma reforma tributária, para simplificar o sistema.
Ele também falou em combater a sonegação de impostos e cobrar o aumento de fiscalização nas fronteiras de Mato Grosso.
“É uma política míope, do Governo Federal, fazer intervenção no Rio de Janeiro. Isso é enxugar gelo. Se fizesse uma intervenção na Fronteira, com base área, não deixando entrar arma e drogas e não deixando sair carro roubado, não ia ter tanto problema no Rio de Janeiro. Seria matar por asfixia o tráfico de drogas e a criminalidade. É papel do senador cobrar e vou fazer isso”, completou.