Facebook começa a testar seu sistema de paquera
Com o 'Dating', a rede social de Zuckerberg embarcou nesta semana em uma nova missão: fazer você achar o amor da sua vida
De todas as redes sociais que existem, dificilmente alguém vai citar o Facebook como uma das mais românticas. Faltam recursos que facilitem o sucesso de flertes e paqueras em geral – fora a tendência entre os mais jovens de cancelar as contas ou simplesmente manterem cada vez menos papos por lá.
Pare para pensar: fazer postagens ou comentários nas timelines é algo público além da conta. Você não sabe até quem o post vai chegar – e, portanto, só encaram tanta exposição os casais já estabelecidos, que querem mostrar seu amor para o mundo.
Para mensagens privadas já existe o Whatsapp, uma alternativa até mais completa que o Messenger, já que tem a vantagem de oferecer feedback de leitura em tempo real. Interações pelos stories do Instagram estão ficando progressivamente populares, justamente na parcela da população para a qual o Face já perdeu força. Isso sem falar de toda a sorte de apps criados exclusivamente para a paquera, como Tinder, Poppin, Happn, Grindr e equivalentes.
Se você está no Facebook faz tempo, deve lembrar das Cutucadas. Por um tempo, foi um recurso superpromovido pelo Facebook. Hoje, apesar de ainda existir, foi praticamente escondido. A verdade é que o botão de cutucar foi criado pelo Facebook como uma forma de iniciar conversas… Mas rapidamente ganhou má fama. Ele tende mais a fazer você parecer mais um stalker do que alguém que está tentando uma aproximação bem-intencionada.
Todas essas desvantagens devem ficar no passado, se tudo seguir como planejado pelo novo projeto da marca: o Facebook Dating.
Como você deve ter sacado pelo nome, a função é aproximar potenciais casais e facilitar primeiros encontros amorosos. A intenção é que os matches priorizem a construção de relacionamentos de longa data, ao invés de encontros casuais e descomprometidos. Como? Graças a um trabalho pesado do algoritmo do amor.
O recurso já havia sido anunciado em maio de 2018, na edição anual da F8, conferência para desenvolvedores do Facebook, e foi disponibilizado ao público na última quinta-feira (20). A princípio, será testado apenas na Colômbia e, caso tenha sucesso, deve ser estendido a outros países nos próximos meses.
Antes que você comece a se questionar, não haverá riscos de encontrar sua tia, ou aquela pessoa que você não vê desde a infância mas mantém entre os contatos, na lista de possíveis pretendentes. Nenhum amigo verá sua ficha no Dating, já que será necessário criar um perfil personalizado, exclusivo para o sistema de paquera.
Para criar sua conta de, solteiros maiores de 18 anos precisarão apenas fornecer seu primeiro nome e idade. Com o intuito de refinar as buscas, poderão também incluir informações como localização e gênero.
A revista Wired, teve acesso à tecnologia, e já destacou que é possível especificar informações como altura, profissão, religião, onde estuda e se tem filhos ou não, por exemplo. Haverá também como adicionar respostas a uma série de 20 perguntas quebra-gelo pré-programadas, feitas pelo Facebook, além de nove fotos à sua escolha.
A grande diferença, em comparação a outros aplicativos convencionais, está no cardápio que é fruto desse trabalho. O interesse não será demonstrado como no Tinder, em que se aceita com um clique e se recusa passando de tela. Para iniciar um assunto, um usuário precisa mandar uma mensagem relacionada a alguma resposta ou foto publicada pela pessoa de interesse.
Se o tal alvo tem uma foto ao lado do Maracanã, por exemplo, alguém que quisesse chamar a atenção deveria postar algo como: “Vi que você gosta de futebol. Essa foto aí foi no jogo do Flamengo?”, ou alguma outra conversa de elevador do tipo.
Mensagens, links, vídeos e fotos poderão ser compartilhados caso a conversa flua, fora do Messenger convencional. Para os usuários colombianos, pelo menos por enquanto, esse recurso ainda não está disponível.
A grande vantagem do Dating está na conectividade. Por funcionar a partir do cadastro do Facebook, não necessita que a pessoa baixe um segundo programa, resolvendo tudo por lá mesmo. Se a moda vai pegar entre os usuários, aí é outra história. Só não dá para negar que Zuckerberg e sua turma estão tentando.