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Twitter está suspendendo mais de um milhão de contas por dia em sua expurgação mais recente

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Fonte: Gizmodo

Aparentemente cansado de ser criticado por todo mundo, do Congresso dos EUA a Seth Rogen, por não fazer o suficiente para livrar sua plataforma de bots, trolls e pessoas mal-intencionadas, começou a banir contas suspeitas, suspendendo mais de 70 milhões de usuários ao longo de maio e junho.

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A enorme expurgação, que equivale a mais de um milhão de contas sendo excluídas todos os dias, continuou em julho, de acordo com o Washington Post. A taxa de suspensão é quase o dobro do que a empresa estava fazendo em outubro de 2017 e pode afetar os números de usuários ativos mensais da companhia, para desgosto dos acionistas.

A repressão do Twitter vem depois de críticas feitas contra a empresa — e outras plataformas de rede social, como o Facebook — por permitir que propagandas e bots inundassem o feed, particularmente durante a eleição presidencial de 2016 nos Estados Unidos. As empresas têm tentado compensar suas deficiências desde então, introduzindo novas regras para anunciantes políticos e tentando eliminar o máximo possível de bots e abusadores das plataformas.

Tivemos alguns indícios sobre a profundidade dos novos esforços de banimento do Twitter nos últimos meses. No início deste ano, uma expulsão em massa eliminou milhares de usuários, provavelmente bots, que seguiam figuras populares conservadoras. O Twitter também começou a banir com mais voracidade do que no passado usuários por incitação ao ódio no final de 2017.

Os alvos das últimas suspensões em massa parecem ser principalmente bots e contas de spam. Um porta-voz do Twitter disse ao Gizmodo que, a partir de maio deste ano, os sistemas automatizados da empresa estavam identificando e desafiando cerca de dez milhões de contas por mês que, acreditava-se, eram spammers ou publicadores automatizados. A empresa também disse que está bloqueando mais de 50 mil possíveis contas de spam por dia, até mesmo as impedindo de serem criadas.

Porém, mesmo nesse ritmo, há muitas outras contas sendo expulsas da plataforma que não se encaixam nos números do Twitter para prevenção de spam. A empresa pode estar correndo atrás de contas existentes que estão operando na plataforma há algum tempo, o que põe em dúvida qual porcentagem da base de usuários do Twitter é, na verdade, composta apenas por bots.

No início deste ano, a rede social informou ao Congresso dos EUA que apenas 5% de seus usuários ativos eram falsos ou contas de spam e que menos de 8,5% eram ferramentas de automação ou bots, alguns dos quais servem a propósitos legítimos. Projeções de terceiros colocam esse número muito mais alto. A Association for the Advancement of Artificial Intelligence (“Associação para o Avanço da Inteligência Artificial”, em tradução livre) estima que os bots compõem entre 9% e 15% da base de usuários do Twitter. David Caplan, cofundador do TwitterAudit, disse ao Gizmodo no início deste ano que apenas 40% a 60% das contas do Twitter são de pessoas reais.

A repressão do Twitter pode apresentar problemas para o número de usuários ativos da empresa, que é uma métrica importante para a companhia quando ela informa seus ganhos. A empresa relatou ter 336 milhões de usuários ativos no final do primeiro trimestre deste ano, e seu crescimento pode ter dificuldades para superar a exclusão em massa, de acordo com oWashington Post.

Embora Del Harvey, vice-presidente de confiança e segurança do Facebook, tenha dito ao Washington Post que as recentes suspensões não tiveram “um enorme impacto” em sua base de usuários ativos, a empresa vem preparando os investidores para uma possível desaceleração há meses.

Em sua carta aos acionistas, publicada em abril, a companhia alertou que seus números de usuários ativos “podem continuar a ser negativamente impactados em períodos futuros devido aos nossos esforços contínuos de qualidade da informação”. O diretor financeiro da empresa disseaos investidores, na chamada de divulgação de resultados, que “remover contas suspeitas e com spam do Twitter continua sendo algo que terá impacto (nos usuários ativos mensais)”.

A expulsão não representa apenas o Twitter tentando organizar as coisas — é também uma mudança na forma como a empresa vê discursos em sua plataforma. Embora a companhia tenha se denominado “a ala de liberdade de expressão da festa de liberdade de expressão”, Harvey disse ao Washington Post que a companhia está agora na tentativa de “equilibrar a liberdade de expressão com o potencial para a liberdade de expressão de resfriar o discurso de outra pessoa”.

[Washington Post, Axios]

Imagem do topo: Getty

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