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Cabo Gerson aponta o governador Pedro Taques como 'dono' do esquema de escutas telefônicas em MT

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Redação 24 Horas News

O depoimento mais esperado e que teria o efeito de uma bomba atômica na questão das escutas telefônicas, também conhecida como “barriga de aluguel” era do cabo Gerson Luiz Ferreira Correa Júnior, o último a ser ouvido entre os militares, quase todos de alta patente que foram convocados para falar na 11ª Vara Criminal e Justiça Militar, que apura o escândalo que teve início ainda na campanha de 2014 com a vitória do governador Pedro Taques (PSDB) e foi até meados de 2015, já na administração Taques.

E a bomba do cabo foi certeira caindo nos colos do governador Pedro Taques e seu primo Paulo Taques, ex-secretário-chefe da Casa Civil. O cabo disse que chegou a pegar dinheiro com o advogado Paulo Taques para montar o esquema de escuta durante a campanha eleitoral e assegurou ter a certeza de que o principal mandante de todo o esquema era mesmo o governador. Segundo ele, a certeza foi constatada quando recebeu a ordem de fazer escutas ao então candidato ao governo do estado e principal adversário de Pedro Taques, o jornalista José Marcondes, o Muvuca e da jornalista Larissa Malheiros, ex-assessora da Secom e que trabalhava com Muva na época.

O cabo Gerson iniciou seu depoimento ainda no final da noite de sexta-feira e só terminou de falar por volta das 5h30 deste sábado, esclarecendo ponto a ponto de todo o esquema, as ordens que recebia e o que fez ao ser um dos principais integrantes das escutas clandestinas.

Ele prometeu que falaria tudo, que daria nomes de todos os envolvidos e acabou sobrando até para o governador Pedro Taques, que já está em campanha visando sua reeleição e, certamente, será alvo dos adversários que vão exigir explicações sobre o caso.

Em seu depoimento, o cabo Gerson disse que tentou arrolar o governador Pedro Taques e o ex-secretário Paulo Taques como testemunhas, mas ambos declinaram alegando que havia outra investigação tramitando no Superior Tribunal de Justiça (STJ). Ele confessou que participou do esquema de escutas clandestinas que ficou conhecido como “grampolândia pantaneira”.

Ao responder as perguntas do juiz Murilo de Moura Mesquita, respondeu que tudo começou com o ex-secretário chefe da Casa Civil, Paulo Taques, ainda na campanha de Pedro Taques, que arcou com as despesas para viabilizar a central de escutas.

Disse que as escutas eram para fins eleitorais na campanha de 2014, mas somente quando já estava envolvido é que tomou conhecimento disso, pois inicialmente foi informado que seria para investigar policiais suspeitos de envolvimento com tráfico de drogas. Ele revelou ainda que recebeu de Paulo Taques a quantia de R$ 50 mil para comprar os equipamentos necessários para montar a central de interceptações.

“Foi quando eu e coronel Lesco deslocamos (em setembro) até um lugar que não sei se é escritório ou comitê de campanha, fomos até o bairro Consil, em uma casa onde Paulo Taques trabalhava, e pegamos os R$ 50 mil, pegamos o dinheiro e começamos a comprar o que precisava. Eu e Torezan montamos o sistema dentro da sala locada para operacionalizar. Com o dinheiro arrumamos tudo e ainda ficou em caixa, quem comparava tudo era eu e Torezan”, revela Gérson.

Conforme o policial, tudo começou no final de julho de 2014 quando ele recebeu uma ligação do coronel Zaqueu Barbosa, na época comandante-geral da Polícia Militar de Mato Grosso.

Também são réus no processo criminal os coronéis da PM Zaqueu Barbosa, Evandro Alexandre Ferraz Lesco e Ronelson Jorge de Barros e o tenente-coronel Januário Antônio Edwiges Batista. Todos foram interrogados na audiência que começou às 13h30 desta sexta-feira (27) e se estende pela madrugada de sábado. Gérson ficou por último e desde que chegou ao Fórum de Cuiabá já estava preparado para fazer a confissão em juízo.

De acorco com Gerson Corrêa, o advogado Paulo Taques pagou R$ 50 mil pra fazer o sistema Whitron e depois outros R$ 34 mil para fazer o sistema Sentinela "O interesse é do governador Pedro Taques e do senhor Paulo Taques, sem nenhuma sombra de dúvidas", diz o policial num determinado momento da confissão. Em seguida, nega que outras pessoas, do Poder Judiciário ou do Ministério Público tenham pedido para ele fazer interceptações.

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