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Jornalista cuiabana deixa profissão para se dedicar à tatuagem em SP

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Fonte: Midia News 

Aos 30 anos, a jornalista cuiabana Simone Ishizuka decidiu dar uma reviravolta em sua vida. Ela vendeu o carro e largou o emprego para poder realizar seu sonho de viver de arte por meio da tatuagem autoral.

“Eu atuava como jornalista, só que chegou um momento em que eu tive contato mais profissional com a arte e eu vi que era isso que eu queria para a minha vida, me encontrei totalmente”, disse.

Sika, como é mais conhecida, se mudou para São Paulo em setembro de 2017 com o objetivo de fazer cursos para desenvolver seus desenhos. Ela conta que escolheu a Capital paulista pela grande diversidade cultural e artistas de renome.

“É cultura que se vê todo o tempo de graça. Quando você anda na rua, você vê coisa que não vê no seu cotidiano aqui em Cuiabá. Além de ter os melhores profissionais lá, conceituados no mundo. E eu quis ter contato com esse pessoal”, relatou a artista plástica.

A tatuadora também estava em busca de novos desafios. Simone relata que precisava sair da zona de conforto em que se encontrava em Cuiabá e a tatuagem foi o meio que ela encontrou para ampliar sua arte e se colocar no mundo.

“Desde o primeiro contato que eu tive, eu fiquei encantada. E eu pensei que seria mais um meio de fazer a minha arte, mais uma extensão além dos pincéis, dos lápis. A máquina é só mais um instrumento em que eu posso desabafar tudo que está dentro de mim”, afirmou.

Agora ela retorna para Cuiabá para mostrar o que aprendeu em oito meses fora. No entanto, será uma estadia curta para atender aqueles que apreciam seus desenhos no estúdio Cry Baby, na Avenida Marechal Deodoro.

Pais artesãos

Desde quando Sika se entende por gente, teve muito contato com a arte, principalmente a regional. Seus pais sempre estavam envolvidos com o artesanato e Simone acompanhava esse processo.

“Eu sempre ia à caça dos artesãos. O que me iniciou culturalmente na questão regional foi isso, esse contato com os artesãos daqui”, lembrou.

Já aos oito anos, a artista começou a fazer seus primeiros desenhos sozinha. Logo depois, entrou em um curso de pintura a óleo. Nesse momento ela sentiu que tinha mais prazer em desenhar do que em pintar.

“Eu percebi que era a única que sabia desenhar, que na verdade era o que eu mais gostava. E às vezes eu desenhava as telas dos meus colegas, às vezes eu recebia dinheiro para desenhar”, afirmou.

Apesar disso, ela afirma que aos 10 anos ela desanimou da arte e diminuiu as produções. As poucas que fazia eram mantidas apenas para si.

Alair Ribeiro/MidiaNews

Simone Ishizuka

Artista se mudou para São Paulo para explorar sua arte

Arte da Sika

Há cerca de quatro anos, Simone passou a se dedicar mais aos desenhos e começou a divulgar os trabalhos em suas redes sociais. Assim ela ganhou destaque entre os amantes de arte de Cuiabá.

“As pessoas começaram a dar resposta e eu comecei a ficar estimulada”, revelou a tatuadora.

Depois ela fez parte de um movimento cultural estimulado pela produtora Rota, que dava apoio aos novos artistas independentes da região. Foi nesse período que Sika começou a vender suas primeiras telas.

Ao se aprofundar cada vez mais em seus desenhos, Simone percebeu que era esse o seu destino.

“No Jornalismo parecia que faltava alguma coisa, diferente da arte que parece que eu não estou trabalhando. Eu me sinto privilegiada de ter me encontrado dessa forma”, afirmou.

Através dos cursos na Capital paulista, ela teve o primeiro contato com a arte do Sumi-ê, que é uma única pincelada em nanquim que forma um desenho. Originária da China, a técnica ganhou raízes mesmo no Japão, onde a tatuadora tem descendência.

Além do Sumi-ê, Simone também mistura a técnica da Trash Polka em suas tatuagens. Esse estilo basicamente une o preto com destaques em vermelho.

“E eu gosto desse contraste de preto e vermelho, casa muito bem. Como o meu é um pouco mais clássico, eu falo que é um Trash Polka delicado”, disse.

A tatuadora também traz vários animais do cerrado em suas obras, como pássaros, peixes e a capivara. Geralmente eles aparecem acompanhados de um grande sol vermelho.

“Eu busco muito animais do cerrado, eu amo pássaros. E eu sempre aplico essa bola vermelha que é o sol e tem um significado muito forte no que eu faço”, explicou.

Todos esses elementos juntos buscam transmitir um pouco da própria artista. No entanto, ela diz que ainda não encontrou sua identidade visual e esse é o grande desafio que enfrenta agora.

“Eu estou me especializando nessa área. Eu ainda não tenho uma identidade formada porque é uma eterna busca”.

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