Wilson diz que Silval é prova de que o crime compensa no Brasil
O deputado estadual Wilson Santos (PSDB) afirmou, nesta sexta-feira (5), que o instituto da delação premiada no Brasil “precisa ser urgentemente reformulado”.
A declaração do tucano foi dada em alusão ao ex-governador Silval Barbosa, cuja delação foi homologada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal, Luiz Fux, o que lhe garantiu benefícios judiciais.
Apesar de ter confessado dezenas de crimes e ser condenado pela Justiça a quase 30 anos de prisão, ele hoje está cumprindo pena em casa.
“O cara rouba R$ 1 bilhão, mora em um apartamento de cobertura em um bairro de luxo. Daqui a dois ou três anos está livre e poder escolher morar em Nova York, Cancún, Paris. [Isso] depois de ter confessado que roubou um R$ 1 bilhão", afirmou o deputado.
“Isso mostra que o crime compensa no País, e o crime não pode compensar”, reforçou.
O ex-governador, conforme o termo de colaboração premiada, confessou crimes de corrupção, lavagem de dinheiro, dentre outros, de 2007 a 2014, tanto em sua atuação como governador, quanto na condição de vice e até mesmo na época em que era deputado.
Entre as informações que forneceu à Justiça, Silval detalhou um esquema de pagamento de propina para conselheiros do Tribunal de Contas do Estado num total de R$ 53 milhões.
A delação ainda tem imagens de deputados estaduais da legislatura passada recebendo propina no gabinete de seu ex-chefe de gabinete, Sílvio César Araújo.
O ex-gestor confessou ainda ter recebido propina de empresas que prestavam serviço ao Governo do Estado.
No acordo, Silval se comprometeu em devolver um total de R$ 70,08 milhões, parte em bens, parte em espécie.
Pelos crimes ele foi condenado pela Justiça, mas cumpre a pena em casa.
Em junho do ano passado, Silval foi autorizado a cumprir a pena em regime domiciliar. Ele não pode se ausentar da residência, além de ter que usar tornozeleira eletrônica em tempo integral.