Hacker suspeito de invadir site do TSE estava em prisão domiciliar
O hacker suspeito pela invasão ao sistema do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) durante o primeiro turno das eleições municipais de 2020 cumpria prisão domiciliar ao praticar o crime. Ele foi preso na manhã deste sábado (28) em uma operação conjunta entre a Polícia Judiciária de Portugal e a Polícia Federal do Brasil.
A informação foi dada pelo chefe de combate a crimes virtuais da Polícia Judiciária de Portugal, Rogério Bravo. "A prisão domiciliar foi decretada, mas com a pandemia houve uma espécie de abuso das condições impostas. Portanto, agora ele terá que se apresentar para um novo interrogatório para se apurar o que aconteceu", disse Bravo em entrevista.
De acordo com a polícia portuguesa, o hacker de 19 anos foi colocado em prisão domiciliar no mês de março, após efetuar um ataque a uma empresa de energia elétrica em Portugal e usava tornozeleira eletrônica. Impedido de utilizar um computador pessoal, ele alega ter invadido o sistema do TSE por um celular.
Prisão
A Operação Exploit, que resultou na nova prisão do hacker português, também cumpriu três mandados de busca e apreensão no Brasil, além de três medidas cautelares de proibição de contato entre investigados em São Paulo e Minas Gerais.
O inquérito policial aponta que o grupo liderado pelo hacker português acessou ilegalmente os servidores da Justiça Eleitoral brasileira. A PF apura os crimes de invasão de dispositivo informático e de associação criminosa, previstos no Código Eleitoral e na Lei das Eleições.
As ordens judiciais foram expedidas pelo Juízo da 1ª Zona Eleitoral do Distrito Federal, após representação efetuada pela Polícia Federal e manifestação favorável da 1ª Promotoria de Justiça Eleitoral.
As ordens judiciais foram expedidas pelo Juízo da 1ª Zona Eleitoral do Distrito Federal, após representação efetuada pela Polícia Federal e manifestação favorável da 1ª Promotoria de Justiça Eleitoral.
Ataque
De acordo com o presidente do TSE, ministro Luís Roberto Barroso, o ataque hacker do primeiro turno foi um dos motivos da lentidão que os eleitores enfrentaram para justificar ausências pelo aplicativo e-Título.
"Houve uma tentativa de ataque com um grande volume de acessos simultâneos, mas foi totalmente neutralizado pelo TSE e pelas operadoras de telefonia e portanto sem qualquer repercussão sobre o processo de votação", disse Barroso em coletiva de imprensa.
"Obviamente houve um subdimensionamento ou problema técnico, sobretudo causado pelo desligamento de um dos servidores. Tivemos uma dificuldade e vamos consertar já para o segundo turno", afirmou Barroso.
O TSE disse que não vai se manifestar oficialmente sobre a prisão do hacker em Portugal, porque a investigação ainda está em andamento.
Fonte: Notícias R7