Entenda o que é o OnlyFans, app que tem convencido famosos a fazerem até pornô
Michael B. Jordan animou os fãs nesta semana ao anunciar que criaria uma conta no aplicativo OnlyFans, que permite “vender nudes”. O ator, considerado o homem mais sexy de 2020, disse em entrevista a Jimmy Kimmel que faria o perfil para que “toda a renda vá para uma escola de barbeiro, porque durante a quarentena, muitas empresas e escolas fecharam”.
O astro de Pantera Negra não é o primeiro famoso a ver rentabilidade na plataforma. Cardi B, por exemplo, criou seu perfil em agosto e anunciou no Instagram: "Não vou mostrar meus seios, meu bumbum ou outras partes do corpo". Desde então, a rapper fez publicações sobre os bastidores de seu hit WAP. Ela cobra o pacote mensal de US$ 4,99 (cerca de R$ 27).
Bella Thorne, conhecida por suas participações em produções da Disney, quebrou o recorde de arrecadação da plataforma com a venda de conteúdo erótico em agosto. Ela faturou US$ 1 milhão (cerca de R$ 5,3 milhões) em 24 horas.
Já Tyga cobra US$ 20 (R$ 107) por mês dos fãs para compartilhar sua vida de ostentação no site, geralmente cercado de modelos seminuas. Ele também já gerou polêmica ao compartilhar vídeo de sexo explícito. Chris Brown também cobra US$ 20 dólares a mensalidade.
Enquanto isso, Tyler Posey, conhecido pela atuação na série Teen Wolf, estreou na plataforma com um vídeo tocando violão nu. Ele cobra US$ 14,99 (R$ 80) por mês.
O sucesso chamou atenção de Anitta, que contou no fim de outubro numa live em seu Instagram que tem interesse em ingressar na plataforma. A cantora, no entanto, ressaltou que não pretende divulgar nudes no serviço e que deve utilizar o espaço para "trabalhos artísticos e promover uma interação com os fãs".
Como funciona
OnlyFans é uma rede social por assinatura, cujas cobranças vão de US$ 4,99 (R$ 27) a US$ 49,99 (R$ 267). Apesar de muitos publicarem conteudo adulto, ela também comporta vídeos e fotos de outros gêneros, como tutoriais, aulas de música, atividades fitness e particularidades dos criadores. O dono do perfil ainda pode cobrar pelo acesso aos posts de forma avulsa. Oitenta por cento do valor coletado é recebido pelo criador do conteúdo, e os 20% restantes vão para o OnlyFans.
A quarentena impulsionou as buscas pela plataforma no Google, e criadores de conteúdo viram no aplicativo uma forma de lucrar com seus conteúdos. Além disso, se no Instagram a nudez é barrada, no OnlyFans ela domina o site e faz novos milionários.
É o caso de Suzy Cortez, a brasileira mais seguida da rede. A modelo, dona do título Miss Bumbum World 2019, é uma das pioneiras na plataforma e cobra US$ 5 (R$ 27) de assinatura mensal aos seus 324 mil seguidores, além de vender fotos e vídeos sensuais de US$ 50 (R$ 267) a US$ 1 mil (R$ 5.340). O valor é determinado por ela: quanto mais erótico e produzido, mais caro para o seguidor, já ela que chega a desembolsar R$ 4 mil para fazer os ensaios.
"Comecei no OnlyFans quando morava em Londres [onde o site foi criado], há três anos. Vi como uma oportunidade na época, já que fazia muita revista nua", diz ela, que já estampou 45 capas ao longo da carreira. "Dá mais dinheiro do que publicidade de Instagram e YouTube. Bem mais! Até abandonei post patrocinado em outras redes sociais. É do OnlyFans que vem meu dinheiro. Preferi focar ali e divulgar conteúdos novos no Instagram para atrair seguidores para a plataforma", explica.
No entanto, Suzy acredita que o site não seja para todos, mas para os que já conquistaram um público. "É para quem tem muitos fãs, para que eles se sintam mais íntimos. O nome já diz, é para fãs. Você tem que ser conhecido, ou vai perder tempo. Caso contrário, dê um jeito de ficar famoso e, então, migrar para a plataforma", aconselha. "É um negócio para quem se dedica de verdade e tem fãs fiéis, como eu, que me deixaram milionária", diz
A modelo percebe que famosos entraram no OnlyFans por conta da crise da Covid-19, já que dá para gerar conteúdo sem censura, ter contato com o público de forma segura e ainda ganhar dinheiro com isso.
"É um valor muito expressivo. Os famosos viram uma oportunidade na pandemia, já que não podem fazer shows ou outros trabalhos. Além disso, é tudo muito seguro. Por exempo, minha plataforma não permite printar e é fechada para brasileiros, porque acho que aqui poderiam vazar as fotos e acabar com o meu negócio. Também não existe webcam, e o fã não pode ligar ou mandar mensagem, só o criador pode falar com ele", detalha.