Odebrecht diz que vai priorizar obras de duplicação entre Cuiabá e Rosário Oeste
Ligação da Odebrecht à operação Lava Jato pode prejudicar obras na BR-163 em outras regiões de Mato Grosso
A ligação do Grupo Obebrecht à Operação da Lava Jato pode influenciar no andamento das obras de duplicação da BR-163 em Mato Grosso. Dono a Odebrecht TransPort, ao qual a Concessionária Rota do Oeste está ligada, o Grupo Odebrecht, além da pressão pelas acusações de corrupção, conta com dívidas na ordem de R$ 90 bilhões e colocou à venda um pacote de empresas na tentativa de levantar R$ 12 bilhões ao longo do ano.
Em recente entrevista a Folha de S.Paulo, o presidente do Grupo Odebrecht, Newton de Souza, salientou que foram colocadas à venda uma usina hidrelétrica e uma rodovia ambas Peru, além de uma participação em bloco de petróleo em Angola.
A empresa Odebrecht TransPort, subsidiária da Concessionária Rota do Oeste, apesar de ser uma empresa "independente", pertence ao Grupo Odebrecht. A Rota do Oeste administra 850 quilômetros da BR-163 entre a divisa com o Mato Grosso do Sul e Sinop. Ao longo de 30 anos de concessão R$ 5,5 bilhões deverão ser aplicados pela empresa. As obras de duplicação tiveram início em junho de 2014.
A Concessionária desta que não se encontra “à venda” ou a Odebrecht TransPort, conforme dizem boatos. Recentemente a Concessionária não teve liberado o financiamento de longo prazo por parte do BNDES, diante a situação política e econômica pela qual o país passa desde o ano passado.
Segundo a Rota do Oeste, por meio de nota, a não liberação do financiamento a fazer uma revisão em sua programação de obras para 2016. Uma das decisões tomadas, até o momento, foi a de priorizar a recuperação das pistas existentes entre Cuiabá e Rondonópolis e Cuiabá a Rosário Oeste, que passaram a ser de sua competência em meados do segundo semestre do ano passado.
De acordo com o diretor-executivo do Movimento Pró-Logística, Edeon Vaz, afirma que a situação do Grupo Odebrecht à Operação Lava Jato pode prejudicar as obras em Mato Grosso, porém os transtornos que podem surgir não serão maiores diante o fato das obras de duplicação estarem avançadas. Recentemente, a Concessionária Rota do Oeste entregou 117 quilômetros de rodovia duplicada na região Sul de Mato Grosso.
“O ano está complicado. O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte (DNIT) também vai priorizar as obras de manutenção, além das obras da BR-163 até Miritituba, onde 50 quilômetros devem ser feitos. Essa situação política e econômica que o Brasil passa atrapalha”, comentou ao Agro Olhar Edeon Vaz.
Confira nota enviada pela Concessionária Rota do Oeste:
“A Concessionária Rota do Oeste faz uma revisão na programação das obras a serem executadas em 2016. Uma das decisões foi a de priorizar a recuperação das pistas existentes nos dois trechos cuja responsabilidade foi assumida recentemente pela empresa. São eles: o segmento de 108 quilômetros entre Cuiabá e Rosário Oeste e os 174 km entre Cuiabá e Rondonópolis, acessos que interligam a Capital às principais zonas urbanas do Mato Grosso e que estão em estado avançado de deterioração e demandam ação imediata da concessionária.
Como consequência, o início da obra de duplicação em Nova Mutum, que estava previsto para esta janela seca, será adiado. A mudança não representa risco ao projeto de duplicação da BR-163. A Rota do Oeste já duplicou 117 quilômetros da rodovia na região sul do Estado, graças à eficiência nos dois primeiros anos de trabalho, o que representa 45 km a mais do que está previsto no cronograma estabelecido com a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). Portanto, com as obras adiantadas, a Concessionária tem segurança e tranquilidade para mudar o seu planejamento de atividades para 2016.
Com relação ao financiamento de longo prazo, é verdadeira a informação de que ele não foi aprovado nos prazos previstos e isto, obviamente, impacta no volume de investimento a ser realizado. No entanto, as tratativas para a liberação dos recursos de financiamento estão em estágio avançado e a expectativa da Concessionária é de que o processo seja concluído em breve. Nos trechos prioritários, as obras continuam a ser realizadas com recursos próprios e principalmente da arrecadação de pedágio”.
Viviane Petroli - OLHAR DIRETO