Antes e depois: mulher vence depressão e elimina mais de 80kg fazendo zumba
Fonte: IG
Ana Gabriela Castro, mais conhecida como Gabi, é uma carioca de 48 anos alegre, bem resolvida com seu corpo e que comanda aulas de zumba bem disputadas. Quem a encontra hoje pode não imaginar que ela já sofreu com a obesidade e chegou até a pensar em suicídio.
Ao Delas, Gabi conta que viveu anos no efeito sanfona e o auge do seu peso foram 159 kg. Foi na zumba que ela encontrou uma atividade física e uma vávula de escape. Com isso, mudou o corpo e de vida.
Sobrepeso, depressão e mais problemas
A história de Gabi não é nada fácil. Ela fala que foi magra até engravidar, mas, depois disso, engordou e ficou nessa de emagrecer um pouco e logo ganhar tudo de novo. Segundo ela, há 5 anos foi quando passou pelo momento mais crítico, com vários problemas psicológicos .
Nessa época, ela não sentia vontade de sair de casa nem ver ninguém. Seu mundo era o seu próprio quarto, a cozinha e o banheiro de sua casa. Até mesmo empregos foram perdidos por conta disso. "Começava a trabalhar, ia pro banheiro e ficava lá trancada", comenta.
Uma vez, fez uma festa de aniversário em que ninguém apareceu, de tão isolada que estava de todos. Ela nota que, assim como ela, existem muitas pessoas que se isolam em casa porque estão acima do peso ou porque a autoestima está baixa. "Eu não encontrava solução pra nada, então só comia, comia e comia", diz ela.
Nesse período, Gabi afirma que também sofria com depressão, síndrome do pânico e até passou por tentativas de suicídio.
Imagem no espelho foi a chave para mudança
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Há 5 anos atrás, Gabi sentia-se deprimida e tinha síndrome do pânico
Quando perguntada sobre o que deu motivação para sair daquela situação, Gabi lembra que 'um belo dia' estava indo para uma praia do Rio e resolveu se olhar no espelho.
"Quando eu me olhei, eu pensei 'Meu Deus! Eu estou um monstro! Eu estou enorme!' e entendi porque as pessoas ficavam me olhando na rua. Eu me arrumava, me vestia, mas não me olhava no espelho. Então nesse dia eu falei pra mim que ia emagrecer ", confessa.
Zumba como aliada
Foi aí que, convidada por amigas para fazer aulas de zumba, Gabi se inscreveu na academia e começou a praticar a dança . Ela se sentia muito humilhada por vestir o número 58. Porém, as coisas começaram a melhorar: “Me senti alegre, mesmo não tendo tanta mobilidade para fazer as coreografias. Minha depressão foi melhorando e também a minha forma de ver a vida".
Muita gente a aconselhou a fazer cirurgias, como a famosa bariátrica por exemplo, mas que ela não quis de forma alguma. "Eu emagreci fazendo 2 horas por dia de zumba, 2 vezes na semana. Das 17h às 18h e das 19h às 20h. Depois de 3 anos, virei professora e a minha sala era a mais lotada", conta ela.
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Gabi encontrou na zumba uma forma diferente de enxergar a vida
"Hoje eu desabrochei, mas dentro do meu casulo tinha uma pessoa tão linda como uma pessoa magra. Tanto que quando comecei a ensinar, a minha sala já era cheia", diz ela.
Entretanto, chegar até aqui, conseguir vencer a luta contra a balança e se aceitar não foram passos fáceis. "Me sinto feliz porque venci o preconceito. Conheci o fundo do poço, já fui até colocada pra fora da sala de aula, fui humilhada, tratada igual a um lixo, mas consegui vencer".
Sobre a zumba, ela revela que é um exercício que a faz se sentir importante, que foi criada para que todos se aceitassem e tratassem com respeito e educação. Apesar de muitas pessoas não seguirem essa filosofia, segundo ela, a ideia da modalidade é essa.
"A zumba é algo para todos, desde um bebê até um cadeirante, todos são bem-vindos e dentro dela existem muitas pessoas que realmente nos fazem sentir assim. E o programa do Beto Perez foi muito importante pra mim nesse sentido. É totalmente inclusivo e foi o que me salvou", relata.
Gabi é formada em gestão de pessoas, mas hoje dá cerca de 4 aulas de zumba por dia no Rio de Janeiro. Também é idealizadora do projeto "Tá na Onda", que oferece aulas gratuitas ao ar livre e tem como objetivo mostrar para as pessoas que é possível se exercitar independente da idade ou condição física.
A chave é se aceitar. "Você tem que gostar de si mesmo para querer melhorar", aconselha. E com 80 kg a menos, ela ainda está nesse processo. Gabi conta que em relação à beleza, acha inclusive que era mais bonita quando era gorda, pois era mais sadia, e hoje mais magra, acabou envelhecendo. Mas ganhou leveza e mobilidade para dançar e é feliz assim.