Mais antigo colunista social e mito do carnaval de Cuiabá, Jejé de Oyá está internado e precisa de ajuda
Filho de família humilde, Jejé nasceu em Rosário Oeste e veio para Cuiabá com sua família adotiva aos quatro anos de idade
Principal nome da era romântica do colunismo e símbolo do carnaval de Mato Grosso durante décadas, o jornalista José Jacinto Siqueira, o Jejé de Oyá, encontra-se internado numa clinica geriátrica, no bairro Boa Esperança, região Leste de Cuiabá. Amigos calculam que esteja com próximo de 90 anos ou mais, porque nunca revelou sua verdadeira idade.
Jejé de Oyá inspirou diversos colunistas famosos da atuaalidade, como Fernando Baracat, Carlinhos Corrêa, Beto Dock, Valdomiro Arruda, Ungarete Paz e outros.
Atualmente, Jejé é cuidado pelo empresário Willian Gama. Ele é aposentado Receita Federal. Por causa da saúde precária, deixou o colunismo social e o carnaval cuiabano. Jejé conta agora com a ajuda de amigos para continuar sendo bem tratado na clinica geriátrica, em Cuiabá.
O empresário Willian Gama e sua mãe, Ivanilde Gama, são os representantes legais de Jejé e as principais pessoas que continuam ao lado do colunista social, nos últimos anos de sua vida. Por meio do aplicativo WhatsApp, um grupo de pessoas está se mobilizando ajudar o ex-colunista social Jejé.
Doações
O colunista precisa de doações. Entre os itens necessários, estão fraldas geriátricas tamanho G. O empresário Beto Fogaça é quem lidera a campanha de solidariedade. Contato pelo telefone (65) 8112-2056.
Trajetória
Jejé viveu por mais de 50 anos na área central de Cuiabá, próximo à Igreja da Boa Morte, no chamado Centro Histórico da Capital, onde foi criado pela sua família adotiva. Mas sua situação levou-o em cadeira de rodas para geriátrica, no bairro Boa Esperança, em decorrência de complicações por conta da idade avançada, o que deixou seu estado de saúde bastante debilitado.
Filho de família humilde, Jejé nasceu em Rosário Oeste – 130 quilômetros ao Norte pela BR0163, veio para Cuiabá com sua família adotiva aos quatro anos de idade. Ele revelou a amigos que mãe biológica sofria de problemas mentais.
José Jacinto foi um dos primeiros a se assumir homossexual em Cuiabá. Negro, ele enfrentou o preconceito e discriminação nas décadas de 50 e 60, na capital do Estado. Tornou-se alfaiate e, depois, virou carnavalesco. Além de ser servidor público federal aposentado.
A convite do jornalista Adelino Messias Praeiro, foi escrever coluna social, no jornal Diário de Cuiabá– o mais tradicional de Mato Grosso.
Suas peculiaridades e a acidez nos textos que publicava nas colunas sociais de jornais da região, como o Diário de Cuiabá, fizeram com que seu nome ficasse marcado entre as famílias da alta sociedade, assim como entre as mais populares. Todavia, se tornou figura folclórica no carnaval e, depois, ao percorrer as ruas da cidade com suas batas multicoloridas, chapéus, colares e pulseiras.
No final da década de 1990, o colunista chegou a ser reconhecido como a “personalidade com a cara de Cuiabá”, em uma pesquisa realizada pelo próprio jornal Diário.
Ronaldo Pacheco - OLHAR DIRETO