Fantástico mostra ao país escândalos denunciados pela Operação Ararath
Por 12 minutos, o Fantástico exibiu reportagem, no quadro “Cadê o dinheiro que tava aqui?”, com denúncias de suposto esquema de R$ 640 milhões envolvendo o ex-governador Silval Barbosa (PMDB), o ex-secretário da Secopa, Éder Moraes e os ex-presidente e ex-primeiro-secretário da Assembleia Legislativa, José Riva (PSD) e Mauro Savi (PR), respectivamente.
Apesar das expectativas sobre novas denúncias envolvendo as autoridades, a matéria “apenas” escancarou em nível nacional as investigações contidas na deflagração da 5ª fase da Operação Ararath, inclusive, com trechos dos depoimentos de Éder à Polícia Federal quando foi detido em maio do ano passado. O delator da Operação, Junior Mendonça, também apareceu explicando seu papel no esquema. Essa foi a primeira que ele deu entrevista na mídia.
Na oportunidade, o programa revelou que, ao ex-secretário, teria sido prometida pelo Executivo a propina de R$ 10 milhões para acobertar as fraudes envolvendo as obras da Copa, em especial do VLT e da Arena Pantanal. Intervenções mal feitas e inacabadas do Mundial também foram mostradas na “reportagem-denúncia” com foco no VLT e nas falhas estruturais dos viadutos da UFMT e da Sefaz.
Além disso, a atribuição de Éder como “resolvedor de problemas” do ex-governador Silval foi evidenciada, inclusive, para comprar a conivência dos deputados estaduais com a garantia de “apoio” na tramitação de projetos e aprovação das contas.
A revista eletrônica semanal ainda reforçou o papel de José Riva nessas negociações alvo de investigação, enaltecendo o fato do ex-deputado responder a 120 ações cíveis e criminais na Justiça. Foi lembrado o “escândalo das cartilhas”, quando foram pagos R$ 140 milhões em serviços gráficos não executados enquanto o social-democrata respondia pelo Legislativo, investigado pela Operação Edição Extra, por meio da Delegacia Fazendária.
Por fim, a reportagem especial exibiu as respostas das autoridades expostas na denúncia, que negaram envolvimento nos possíveis esquemas e reforçaram a legalidade nos processos.
Mais denúncias
Riva foi preso ontem (21) à tarde em sua residência, pela segunda vez em menos de um ano, pelo Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado (Gaeco), dessa vez, durante deflagração da Operação Imperador. Ele é acusado de formação de quadrilha e 26 peculatos. As investigações apontam suposto desvio de R$ 60 milhões dos cofres públicos por meio da aquisição, em um ano, de 30 mil toners de cinco empresas do ramo de papelaria consideradas de fachada sob a justificativa de abastecer 150 impressoras da Assembleia na época que era primeiro-secretário. Sua esposa, Janete Riva, à época, seria secretária de Patrimônio da AL. Além dos dois, outras 13 pessoas integram a denúncia.
Por possuir nível superior, o social-democrata deve permanecer no Centro de Custódia de Cuiabá, antiga Polinter, até, no mínimo, esta segunda (23), quando sua defesa vai buscar ter acesso aos documentos que resultaram na prisão preventiva, autorizada por meio de mandado pela juíza Selma Rosane de Arruda, da Vara de Combate ao Crime Organizado.
Fonte: RD News