Defesa alega que advogado é vítima de extorsão das ex-namoradas em Cuiabá
A primeira manifestação do advogado Cleverson Campos Contó, de 33 anos, acusado de estuprar, agredir e ameaçar diversas mulheres que se relacionaram com ele, ocorreu na manhã desta terça-feira (8). O posicionamento em público partiu do advogado Eduardo Mahon, que assumiu a defesa de Contó e de imediato partiu para desqualificar as acusações alegando que seu cliente está sendo "vítima de uma articulação" para extorquir dinheiro e "driblar decisões judiciais".
As vítimas se uniram para denunciar sessões de tortura, humilhações e outros crimes. Na semana passada, duas mulheres concederam entrevista ao vivo à Rádio Nativa FM, de Cuiabá, e descreveram detalhes das agressões físicas e psicológicas, ameaças e xingamentos que eram submetidas no período em que se relacionaram com o suspeito. Na entrevista, elas não citaram o nome do agressor. Mas logo em seguida, surgiram novas vítimas fazendo declarações públicas em suas redes sociais e divulgando no nome completo e fotos do advogado Cleverson Contó.
A suspeita inicial era de que pelo menos oito mulheres foram vítimas do acusado. Mas agora, as próprias vítimas que já se manifestaram publicamente, acreditam que a quantidade de mulheres agredidas por ele deve aumentar. Diante da enorme repercussão negativa e cobrança de providências por parte do Judiciário mato-grossense e de outras entidades e instituições, a pela Ordem dos Advogados do Brasil - OAB - Seccional Mato Grosso (OAB-MT) anunciou no último domingo (6) que será instaurado um Processo administrativo pelo Tribunal de Ética e Disciplina (TED) da instituição.
No mesmo dia, a médica Laryssa Moraes gravou uma série de vídeos em seu Instagram afirmando que namorou com Cleverson Contó por um determinado período e sofreu todo tipo de agressão, que iam de estupro, a agressões físicas de deixá-la com o rosto cheio de hematomas e desfigurado. "Esse senhor me espancou brutalmente. Ele quebrou o meu nariz, ele que descolou as minhas retinas, ele que pegou um pendrive e quis me estuprar com ele. Foi ele que fez tudo isso comigo", revelou Laryssa afirmando ainda que foi agredida com soco na cara, puxão de cabelo, empurrão de escada e batida de cabeça em quina de móveis.
Nesta segunda-feira (7) também veio à tona a denúncia de outra mulher, que trabalhou como empregada na casa do advogado. Conforme relatou em boletim de ocorrência, ela estava trabalhando na casa de Cleverson, em 17 de janeiro de 2016, quando, por volta das 16h, começou a ser assediada pelo acusado. A vítima revela no documento policial que ele passou a mão pelo corpo dela com força e chegou a tirar o pênis para fora da roupa enquanto a molestava.
Em meio a todas essas denúncias, agora o acusado contratou o advogado Eduardo Mahon para fazer sua defesa e se manifestar publicamente sobre as denúncias que continuam chegando à imprensa. Em seu primeiro comunicado, Mahon afirma que “tudo indica que o referido advogado é vítima de uma articulação para extorquir recursos financeiros e driblar decisões judiciais que proíbem ex-relacionamentos de fazerem qualquer menção ao nome dele”.
Ele anunciou ainda que Cleverson Contó estará a disposição dos jornalistas interessados para uma entrevista coletiva nesta quarta-feira (9), às 10h30, em um escritório situado na avenida Estevão de Mendonça, em Cuiabá. “Por fim, comunico a todos que enviará formalmente as provas que tem às autoridades responsáveis, representando as supostas vítimas por extorsão e denunciação caluniosa”, diz o comunicado que também fala em “fragilidade” nas denúncias feitas pelas vítimas e publicadas pela imprensa na semana passada.
CONFIRA A ÍNTEGRA DO COMUNICADO
Comunico que assumi a defesa do Dr. Cleverson Contó no dia de hoje. Tudo indica que o referido advogado é vítima de uma articulação para extorquir recursos financeiros e driblar decisões judiciais que proíbem ex-relacionamentos de fazerem qualquer menção ao nome dele. Para que não reste dúvida sobre a fragilidade dessas alegações que foram vazadas na mídia na semana passada, o Dr. Cleverson Contó ficará à disposição para uma coletiva no dia 9/set (quarta-feira) às 10:30 no escritório à Av. Estevão de Mendonça, 1650. Por fim, comunico a todos que enviará formalmente as provas que tem às autoridades responsáveis, representando as supostas vítimas por extorsão e denunciação caluniosa.
Fonte: folhamax