Facebook pode passar a moderar publicações de Trump; entenda
Na semana passada, dias após uma postagem polêmica de Donald Trump em rede social, funcionários do Facebook solicitaram uma reunião de emergência para discutir alguns assuntos relacionados às diretrizes da plataforma. O encontro foi realizado na última terça-feira (2).
Um dos tópicos abordados estava relacionado às mudanças nas políticas em torno da liberdade de expressão política. Isso ocorreu porque, um pouco antes, o Twitter escondeu com um aviso uma postagem de Trump que incitava à violência contra os manifestantes do caso George Floyd, um homem negro morto por um policial branco durante uma abordagem. O que os funcionários solicitavam é que houvessem mudanças nas regras que definem o que pode ou não ser postado por políticos na plataforma.
Segundo Timothy Aveni, um dos colaboradores que solicitaram o encontro para discussão das medidas, "o Facebook fornece uma plataforma que permite aos políticos radicalizarem as pessoas e fazer apologia à violência".
Postagem controversa
A solicitação da reunião ocorreu após uma postagem de Mark Zuckerberg em 29 de maio, um tempo após a ação do Twitter. Na mensagem compartilhada, o empresário informou que o Facebook não iria agir.
Como justificativa, ele apontou que a "empresa deseja permitir a liberdade de expressão e o debate público sobre atividades políticas" – e porque achava que a postagem não violava as políticas da empresa.
Nos dias que se seguiram, alguns funcionários condenaram publicamente a decisão do CEO. Além disso, uma greve virtual foi organizada na última segunda-feira (1º) e dois engenheiros pediram demissão em protesto.
Resultado
Na sexta-feira (5), para evitar ações mais drásticas, Zuckerberg anunciou que a rede social iria "revisar nossas regras que autorizam a discussão e a ameaça do uso da força por um Estado, para ver se devemos aprovar modificações". "Dada a delicada história dos Estados Unidos, isso requer atenção especial", completa.
Em resposta direta aos questionamentos dos funcionários, o CEO da rede social ainda se desculpou, dizendo "reconhecer que a decisão que tomei na semana passada perturbou, decepcionou, ou feriu muitos de vocês". Neste trecho, ele se refere à decisão de não intervir, mesmo após diversas denúncias e reivindicações.
Fonte: olhardigital